Aparelhos Ideologicos
Por motivos profissionais, nesta semana tive contato frequente com as ideias do filósofo algeriano Louis Althusser, que fala a respeito dos aparelhos ideológicos do estado e como os mesmos são utilizados para se manter a hegemonia do grupo dominante. Sendo assim, acreditei ser importante trazer ao debate político o papel de tais meios na atualidade, ainda mais quando se leva em consideração a atuação da mídia no processo político.
Althusser afirma que, para que a produção sobreviva, é necessário que ela faça a reprodução dos meios de produção. Tais meios de produção são formados pelas forças produtivas e pelas relações de produção existentes. A reprodução da força de trabalho se dá fora da empresa, e o meio material pelo qual ela se reproduz é o salário. Assim, o salário é indispensável para a reconstituição da força de trabalho do assalariado (vestimentas, alimentação, etc.), e também é indispensável à educação das crianças.
Contudo, não basta apenas fazer com que a força de trabalho se reproduza: ela deve ser capaz de manusear as máquinas e equipamentos da empresa. Esta qualificação ocorre através do sistema escolar capitalista, e é aqui – principalmente – que entra a ideia de aparelho ideológico do estado. Na escola, além de ler e escrever, aprende-se também as regras do bom comportamento, ou seja, aprende-se a ser submisso à ordem vigente, fazendo com que os operários sejam submissos em relação à ideologia dominante. Além da escola, também a Igreja e outros aparelhos, como o Exército, são aparelhos ideológicos do Estado. Eles dominam não pelo uso da força, e sim pelo uso da ideologia para manter a classe dominante no poder.
Outros conceitos importantes para Althusser dizem respeito à separação entre o que ele chama de “aparelho de estado” do “poder de estado”. O objeto de disputa é o poder do estado; já o aparelho do estado pode continuar, mesmo que os operários atinjam o poder. Quem detém o poder do estado usa o aparelho do