INTRODU O Fernando Pessoa
Nascido em Lisboa, no dia 13 de junho de 1888, perde o pai aos 5 anos de idade. Em 1896, a família é levada pelo segundo marido de sua mãe para a África do Sul. Em 1903, ingressa na Universidade do Cabo. Deixa a família na África e retorna para Portugal, onde se matricula no Curso Superior de Letras, que logo abandona.
Em 1908, começa a trabalhar como tradutor de cartas comerciais para empresas estrangeiras, esse modesto emprego lhe garantiria o sustento por toda a vida.
Funda em 1915, juntamente com amigos, a revista Orpheu, marco inicial do Modernismo Português. Mergulha em anos de relativa obscuridade, publica dois pequenos volumes de poemas em inglês, reunindo Antinuous e 35 Sonnets (1918), além de ensaios e poemas esporádicos em algumas revistas.
Em 1934, tomando dinheiro emprestado, publica o livro Mensagem, com o qual participa do prêmio Antero de Quental. Recebe o prêmio de Categoria B.
No dia 30 de novembro de 1935, morre de cirrose hepática, sem nunca ter recebido o merecido reconhecimento. Escreveu, no dia de sua morte, a seguinte frase em inglês: “I know not what tomorrow will bring” (“Eu não sei o que o amanhã trará”).
Fernando Pessoa, é um escritor modernista, cuja obra, por sua complexidade e beleza, deu novo sentido e novo peso à literatura da língua portuguesa. Falar desse poeta e dessa obra, equivale a mergulhar em um atordoante labirinto de espelhos. O que se é previsível quando se lê o que ele mesmo disse em carta a João Gaspar Simões : "o estudo a meu respeito, que peca só por se basear, como verdadeiros, em dados que são falsos por eu, artisticamente, não saber senão mentir".
Pode-se entender por esta revelação, como uma advertência, pertinente, aos críticos que costumam explicar a obra dos escritores por sua biografia. De fato, se em todo autor, obra e vida de algum modo se entrelaçam ou se ligam, deve a crítica ter em conta que se trata de realidades diferentes, de linguagens diversas, que não se traduzem uma na outra.