Análise: uma teoria baseada na história
Na primeira página do texto, Jean-Baptiste Duroselle inicia com uma especulação sobre as propriedades das ciências humanas, que se, na opinião dele, fossem como as ciências naturais, se tornaria mais clara ao modo que seria possível “proceder por meio de observação, experiência e cálculo”, e dessa forma, “encontrar constantes e leis” que regem as ciências humanas (p.17). O autor então afirma que o uso da palavra “ciência” para designar tanto as ciências naturais quanto as humanas é errado, pois se tratam de duas naturezas diferentes. Embora o objetivo das duas ciências seja o mesmo: “descobrir a verdade objetiva” e lutar contra os dogmas, uma se refere à matéria enquanto a outra, ao espírito humano, e tratá-las do mesmo modo seria errado. Ao fim desta comparação, o autor se foca na teoria das relações internacionais, que na opinião dele, “não pode, atualmente, nem poderá por longo tempo, ultrapassar o estado empírico”, logo, o uso do termo “teoria” está impreciso (p.18).
Diferentemente das ciências naturais, a teoria das relações internacionais não é provida muitas leis, sendo que as raras existentes são apenas ideias aproximadas, das quais alguns aceitam e outros rejeitam (p. 19)
Jean-Baptiste começa então uma análise do historiador, incitando que o mesmo não deve se sentir submisso frente a outros cientistas, pois, diferente destes, é o único que pode discutir acerca de acontecimentos. A partir desta afirmação, o autor começa uma explicação sobre os conceitos de “acontecimento” e “fenômeno”: enquanto o segundo é objeto de estudo científico e abrange fatos generalizados, o primeiro compreende em um fenômeno datado, portanto, singular. Outro conceito apresentado para “acontecimento” é a de um fenômeno necessariamente ligado à interpretação humana (p. 19)
Ao fim da análise, é ressaltada a