análise setorial siderurgia
O IMPACTO DO CRESCIMENTO
CHINÊS NA SIDERURGIA
BRASILEIRA
Pedro de Almeida Crossetti
Patrícia Dias Fernandes*
* Respectivamente, gerente e economista do Departamento de Insumos
Básicos do BNDES.
Os autores agradecem a colaboração da estagiária de engenharia Tatiana
Ramos V alpassos. Agradecem também à equipe do Instituto Brasileiro de
Siderurgia (IBS), especialmente a Rudolf R. Bühler e Catia Coelho. SIDERURGIA
Oartigo tem por objetivo traçar um perfil do setor siderúrgico brasileiro nos anos recentes, com base nas transformações no cenário mundial causadas pelo dinamismo sem precedentes da China. São abordadas as ameaças e as oportunidades que o crescimento do país asiático pode trazer ao setor no Brasil.
O crescimento chinês acima de 9% a.a. impulsionou a demanda mundial pelo aço e pelas principais matérias-primas, como o minério de ferro. Os ganhos auferidos com esse dinamismo originaram projetos de expansão, sobretudo no mercado chinês, tornando o gigante asiático auto-suficiente e exportador líquido de aço.
Esse processo acirrou a competição mundial.
A contrapartida deverá ser a intensificação da internacionalização das empresas siderúrgicas e dos movimentos de consolidação. Observa-se, também, a migração de estruturas produtivas básicas de usinas integradas para regiões que ofereçam vantagens comparativas (logística, oferta de minério, mão-de-obra barata) como Índia, Rússia e Brasil. São movimentos a que o Brasil deve estar atento, para não perder importantes oportunidades de investimentos. As influências na demanda e na oferta internacional do produto podem afetar os destinos de exportações brasileiras, seja sobre os preços praticados, seja deslocando os volumes exportados pelo Brasil. E a ampliação e a diversificação da produção chinesa de aço a baixos custos tendem a baratear produtos baseados nesse insumo, como os automotivos e eletroeletrônicos.
Uma penetração maior desses produtos no mercado
nacional