Aion
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Haruno Sakura. Era seu nome. Estava completando exatamente 23 anos de vida hoje. Tenho a observado durante todos esses 23 anos só para ter a certeza de que ela era a escolhida. A cada ano que se passava, eu estava mais e mais certo. A primeira vez que a vi foi na maternidade logo que nasceu. Ela era o bebê que mais chorava no berçário. As enfermeiras só faltaram enlouquecer. Nove anos depois, alguns meses antes da morte da sua mãe, resolvi tentar uma aproximação mais notória, o que não deu muito certo... Passei a mão no seu cabelo, elogiando a cor dele. Ela virou rapidamente, deu um tapa na minha mão e disse com todas as letras: “Tire a mão do meu cabelo, seu velho imundo.” Eu rio lembrando dessa cena. Como já falei, alguns meses depois, sua mãe faleceu, o que fez seu gênio forte piorar drasticamente.
Ela cresceu mais um pouco e eu tentei novamente. Sua reação não foi muito diferente do que a anterior. Me disfarcei de mendigo e pedi alguns trocados para ela. Respondeu, bem séria: “Não gosto de velho, nem de mendigo. Sai de perto de mim.” Sempre amável, não é, Sakura? E os anos foram se passando. Ela se tornou alguém totalmente diferente do que eu esperava, mas eu olho bem fundo, bem fundo, bem fundo mesmo em seus olhos e vejo uma pessoa bondosa. Ela só precisa descobrir isso. E eu vou ajudá-la... Por bem ou por mal.
Agora era a típica mulher de negócios, digamos assim. Bem sucedida, assumiu a empresa da família, tinha tudo e todos aos seus pés. Um tanto clichê, mas era essa a sua vida perfeita. Ou que, pelo menos, julgava ser perfeita.
Tinha um gênio insuportável, era arrogante, pretensiosa, orgulhosa... Preciso repetir que tinha um gênio insuportável? Daí você tira que não tinha muitos amigos. Mas o que mais me impressionava nela era o fato de não confiar em ninguém, nem mesmo no seu pai. Achava que os seres humanos eram desprezíveis e não merecedores de confiança. Intrigante, não? Guarde essas características, serão importantes