Análise do narrador e do foco narrativo em quase de verdade
Josiene da Silva Queiroz1
RESUMO: O objetivo deste artigo é fazer uma breve analise do narrador e do foco narrativo na obra Quase de Verdade, de Clarice Lispector, baseando-se nas definições dos teóricos Coutinho, Franco Junior, J. Pouillon, Brooks e Warren e Friedman. Inicialmente serão apresentadas as classificações dos teóricos para “narrador” e “foco narrativo”. Em seguida, será feita a analise do livro, na qual será exposta a complexidade da construção de uma narrativa que, em uma primeira leitura, aparenta ser tão simples.
PALAVRAS - CHAVE: Foco narrativo, Narrador, Classificação.
Introdução
Antes de iniciar a análise do narrador e do foco narrativo na obra Quase de verdade, de Clarice Lispector, pareceu-me necessário focar, inicialmente, as teorias sobre a noção de “ponto de vista”, e “foco narrativo”. Em virtude disso, será feito uma apresentação das classificações utilizadas por Coutinho (2008), Franco Junior (S/A), J. Pouillon (apud BARTHES, 2008), Brooks e Warren (apud CARVALHO, 1981), e Friedman (apud ABDALA JUNIOR, 1995), para esses termos.
A classificação de Coutinho
Segundo Coutinho “O narrador é o que narra a estória, podendo ser o protagonista (as narrativas em primeira pessoa), um personagem secundário, ou uma pessoa, de fora da ação, que não toma parte na estória.”(COUTINHO, 2008, p. 55) O êxito da narrativa dependerá diretamente de quem contará a história, pois há diversos ângulos de visões em que se pode situar o narrador. E conforme seja a posição do narrador um relato de um mesmo fato pode variar.
Essas posições podem ser internas aos fatos ocorridos, ou seja, o narrador estar no meio dos fatos, e a narrativa ser feita em primeira pessoa, sendo o ponto de vista do narrador onisciente. Ou externas ao fato ocorrido, sendo contada por alguém que esteja fora dos acontecimentos, uma narrativa em terceira pessoa com o ponto de vista limitado e