O narrador e o foco narrativo
As narrativas estão presentes na história da humanidade desde os primórdios. Os homens da caverna contavam suas narrativas – seu dia a dia, principalmente – através dos desenhos, hoje chamados de pinturas rupestres. Com o aparecimento da palavra, as narrativas assumiram novos papéis. No início, seu uso provinha da necessidade de repassar, através das gerações, os costumes de um povo, sua cultura. Hoje, narrativas são, principalmente, uma forma de entretenimento, por mais que ainda mantenham o caráter de transmitir informações sobre uma cultura, como é o caso das lenda e do mitos.
Para que uma narrativa seja repassada de uma pessoa para outra deve haver um narrador, ou seja, alguém que conte a narrativa. O narrador assume um papel importante no desenrolar de qualquer narrativa. Sendo assim, “desde sempre, entre os fatos narrados e o público, se interpôs um narrador” (LEITE, 1991, p. 5).
O estudo sobre o ato de narrar é tão antigo quanto a narração em si. A discussão sobre o tema surge na época de Platão e Aristóteles, conforme Leite (1991, p. 6):
Pelo menos é possível recuar essa reflexão teórica sobre as formas de narrar a Platão e a Aristóteles. São eles que iniciam, na tradição do Ocidente, uma discussão que não vai mais se acabar, sobre qual a relação entre o modo de narrar, a representação da realidade e os efeitos exercidos sobre os ouvintes e/ou leitores.
Retratamos nesse trabalho os principais conceitos que envolvem o estudo sobre o narrador e o foco narrativo. Esse tema foi escolhido por base em um sorteio realizado em sala de aula, após a proposta de trabalho apresentada pela professora da disciplina de Teoria Literária.
O principal objetivo desta pesquisa é construir o conceito de narrador e de foco narrativo, através de pesquisas, além de observar os papéis que tais conceitos exercem dentro de uma narrativa.
Utilizamos como base para nossa pesquisa livros específicos sobre o assunto.
Este trabalho divide-se em dois principais