Análise da obra de Manoel de Barros
"Natureza, fiel e completa! Como pode chegar a isso?
Quando se conseguiu liquidar a natureza numa imagem?
Mais ínfima parcela do mundo é coisa infinita.
Dele só pinta o que lhe agrada.
E o que lhe agrada?
O que sabe pintar!" Nietzsche ( A Gaia Ciência )
Por mais singela ou insignificante que pareça ser uma manifestação poética, ela é grandiosa: Mais ínfima parcela do mundo é coisa infinita. No fragmento acima citado, além de desmistificar a questão da representação da natureza, seja por meio da palavra poética ou de outra manifestação artística, o filósofo aponta que registrar o real seria um trabalho quase impossível de se realizar, ou seja, ser fiel ao “real” através de uma obra de arte é tarefa constante da esfera do impossível. Até porque a palavra é uma representação simbólica do real.
Oriundo da vertente filosófica, Nietzsche aponta outra essencial condição ou substância que compõe o poema: a “imagem”. Segundo o filósofo, uma imagem é o que poderia aproximar a natureza e a realidade. Assim diríamos: se um poeta quer dizer algo, ele pode recorrer a imagens sobre aquilo