Análise da conversa etnometodológica
A Análise da Conversa Etnometodológica (ACE) é uma tradição de pesquisa anglo-norteamericana que se dedica ao estudo das ações sociais humanas. Ela tem como meta descrever e explicar a competência dos falantes através da interação social. A revolução Chomskiana não se preocupava com o desempenho dos falantes, mas os estudiosos dessa área perceberam que o uso da linguagem não era caótico, de maneira que se poderia analisá-lo e descrevê-lo. Foi assim que surgiu uma sistemática universal para o estudo da fala dos humanos. Houve controvérsias sobre a sistemática universal, já que existiam povos, como por exemplo, os índios que não se enquadravam nos procedimentos analíticos da tradição. Através da conversa cotidiana, que é uma forma básica de sistema de troca de fala, é que se pode analisar a fala em interação de um modo geral, isto é, universal. Existem muitas diferenças teóricas e metodológicas na Análise da Conversação brasileira com a ACE. Essa última nunca teve interesse central na descrição da linguagem em si. Sua preocupação é articular métodos de ação social humana. No Brasil, estuda-se a passagem da oralidade para a escrita, o que é relevante para o letramento e a aceleração da compreensão da escrita. Entre os compromissos fundamentais da ACE está a observação de dados de ocorrência natural de uso da linguagem. É através dessa observação que se pode chegar a uma descrição da ação social humana. Para isso a ACE desenvolve um padrão de convenções de transcrição de dados interacionais que é pouco usado no Brasil, mas que já é reconhecido internacionalmente. Os detalhes dos registros das transcrições foram desenvolvidos a partir da observação. Por exemplo, a presença ou ausência de silêncio num ato de fala pode estar demonstrando ações realizadas no momento. Isso é importante para a natureza da interação, por isso é preciso registrar o que os humanos realizam enquanto se comunicam. Conforme o autor: