Antropologia
A sociedade contra o Estado.
Belém/PA
Para Pierre Clastes, as sociedades primitivas são privadas de algo totalmente necessário a qualquer sociedade, até mesmo a nossa, que é o Estado. Como lhes falta algo, elas são incompletas. Ele diz que as sociedades primitivas sempre são retratadas de forma negativa, uma abordagem etnocentrista que as caracteriza pela falta, sendo referidas como “sociedades sem escrita, sem fala, sem história”.
A estrutura econômica dessas sociedades é baseada na economia de subsistência,ou seja eles caçam, plantam e colhem para sua sobrevivência, portanto elas desconhecem a economia de mercado. Ele diz que as sociedades primitivas não produzem excedentes porque são incapazes de fazê-lo, já que estariam inteiramente ocupadas produzindo o necessário para suprir suas necessidades. E, a fim de explicar essa incapacidade das sociedades primitivas de sair da estagnação de viver o dia-a-dia, dessa alienação permanente na busca de alimentos, invocam-se o subequipamento técnico, a inferioridade tecnológica.
Para ele, quando se trata deste assunto, não podemos dizer que existe tecnologia superior ou inferior, não podemos comparar as sociedades primitivas com as de hoje em dia,tendo visto que eles apenas demonstravam sua capacidade de fazer o que realmente era necessário a eles. Por conseguinte, se as sociedades primitivas repousam numa economia de subsistência, não é por lhes faltar uma habilidade técnica.
Clastres também cita um fato histórico interessante em relação à economia – dita por muitos etnocentristas como preguiçosa – dos índios que assim que foram apresentados a machados mais eficientes que os seus, os índios não se interessaram em produzir maior quantidade para poderem receber lucros, mas sim produzir a mesma quantidade num tempo dez vezes menor. A economia de