Antropologia
O CAMPO E A ABORDAGEM ANTROPOLÓGICOS
“O projeto de fundar uma ciência do homem – uma antropologia – é, ao contrário, muito recente. De fato, apenas no final do século XVIII é que se começa a constituir um saber científico que toma o homem como objeto de conhecimento, e não mais a natureza, apenas nessa época é que o espírito científico pensa, pela primeira vez, em aplicar ao próprio homem os métodos até então utilizados na área física ou biológica”.
“As sociedades estudadas pelos primeiros antropólogos são sociedades longínquas as quais são atribuídas às seguintes características: Sociedades de dimensões restritas, que tiveram poucos contatos com os grupos vizinhos; cuja tecnologia é pouco desenvolvida em relação a nossa; e nas quais há uma menor especialização das atividades e funções sociais. São também qualificadas de “simples”; em conseqüência, elas irão permitir a compreensão, como numa situação de laboratório, da organização “complexa” de nossas próprias sociedades”.
Por muito tempo acreditou-se que o objeto de estudo da antropologia eram as sociedades ditas primitivas, assim, com o rápido desenvolvimento das sociedades, o “selvagem”, está, por assim dizer, sujeito ao desaparecimento. Surge daí, uma crise na antropologia: Será que com o desaparecimento do selvagem também desaparecerá a antropologia?
A resposta a essa pergunta passa por três estágios, o primeiro diz que se o objeto de estudo perder-se, poderá o antropólogo passar a estudar a “sociologia”, ele também pode estudar o camponês, como uma espécie de selvagem, e, por fim, o aspecto epistemológico, quiçá o mais viável.
O objeto teórico da antropologia não está ligado, na perspectiva na qual começamos a nos situar a partir de agora, a um espaço geográfico, cultural ou histórico particular. Pois a antropologia não é senão certo olhar, certo enfoque que consiste em: 1 – O estudo do homem interior; 2 – O estudo do homem em todas as sociedades, sob todas as latitudes em todos