Antropologia
No capítulo “Um jogo absorvente: Notas sobre a Briga de Galos Balinesa” do livro A interpretação das culturas pudemos observar como uma aldeia balinesa tem sua cultura vinculada à briga de galos e como esse elemento é significativo na constituição dos indivíduos e na relação social que transparece e permeia os ritos locais.Colocando uma lente de aumento nas fissuras, no ocasional, no instável podemos observar como a estrutura dá espaço para esses acontecimentos e como que esses acontecimentos refletem a estrutura. Tentando pensar nas estruturas de sociedade ocidental capitalista de hoje realizamos uma cena com elementos significativos de possíveis paradigmas que estão aqui presentes.A cena se passava num lugar urbano fechado onde jovens de classe média alta se desafiavam num jogo de roleta russa, a arma era passada de mão e mão até que num determinado momento um participante desiste. Logo em seguida, um outro participante gira o gatilho e morre. Como troféu, os que tentaram e continuaram vivos comemoram tirando uma foto junto com o morto.Antes de falarmos em especial da cena vamos descrever um pouco mais sobre o que representava a briga de galo para a cultura balinesa, para que assim aprofundemos nossa análise na cena proposta.Um aspecto que chamou atenção na briga de galos foi o paradoxo de ocorrer justamente numa aldeia calma e afastada uma manifestação tão festiva de incentivo à violência dos animais. De certo modo, os animais representavam os próprios habitantes e simbolizavam o poder centrado no status e a briga de galo era uma maneira de se adquirir prestígio entre a população local. Sobre isso, o autor nos atentou ao fato de que essa subida de status ocorre de forma fictícia através das brigas de galo e que a realidade em si não é modificada com desnivelamentos de camadas sociais, mas que ocorre uma espécie de “salto através do espelho”.“Os homens prosseguem humilhando alegoricamente a um e outro e sendo humilhados alegoricamente por um ou