antropologia
Primitivos, selvagens, incivilizados x Civilizados
“Aqueles que acabaram de serem descobertos pertencem à humanidade?”
“O Selvagem tem alma?”
Estas eram as perguntas feitas pelos povos civilizados, séculos atrás.
A FIGURA DO SELVAGEM E DO CIVILIZADO
Diferentes na questão cultural e organização social, na aparência física, os comportamentos alimentares, a inteligência tal como pode ser compreendida, a linguagem, a crença, e por fim, eram sem leis e sem moral o que causava grande estranhamento para a sociedade civilizada da época.
Essa atitude, para a natureza todos aqueles que não participam da faixa de humanidade à qual pertencemos e com a qual nos identificamos são caracterizados como "selvagens". Entre os critérios utilizados a partir do século XIV pelos europeus para julgar se convém conferir aos índios um estatuto humano, além do critério religioso, "sem religião nenhuma", são "mais diabos" e “pecadores”.
Assim, não acreditando em Deus, não tendo alma, não tendo acesso à linguagem, sendo assustadoramente feios e alimentando-se como um animal, o selvagem é apreendido nos modos de um bestiário.
De Pauw nos propõe suas reflexões sobre os índios da América do Norte. Sua convicção é a de que a influência da natureza é total, ou mais precisamente negativa. Se essa raça inferior não tem história e está para sempre condenada, por seu estado "degenerado", a permanecer fora do movimento da história... Onde se sente as mesmas necessidades, onde os meios de satisfazê-los são os mesmos, onde as influências do ar são tão semelhantes, é possível haver contradição nos costumes ou variações nas ideias?" Os indígenas americanos vivem em um "estado de embrutecimento" geral. Tão degenerados uns quanto os outros, seria em vão procurar entre eles variedades distintivas daquilo que se pareceria com uma cultura e com uma história.
Apenas no século XVIII é que entramos verdadeiramente, como mostrou Michel Foucault (1966) na modernidade é que se pode