Antropologia
Disciplina: Antropologia Cultural
Fichamento
Os pontos em comum das diversas cartas-relações que percorrem a europa falavam do clima invariável, doce e primaveril, da umidade do ar, da enorme quantidade de insetos e répteis gigantescos, dos metais preciosos, da flora magnífica e da falta de animais de porte grande como os africanos, das Amazonas, das guerras, da inexistência de pêlos no corpo dos nativos, da antropofagia, da frigidez e/ou sensualidade, vigor e/ou debilidade do autóctone. São temáticas variadas com pujança descritiva capaz de atender a todos os gostos. Os pensadores europeus não ficaram imunes à descoberta do antimundo. Às investidas dos apologistas, os críticos contra-argumentavam; outros ouve que simplesmente viam na unificação do mundo as possibilidades que se abriam para o alargamento das relações comerciais. Em certa medida, isso era contraditado pelo espírito das leis que atribuíam ao ouro e à prata uma riqueza de ficção ou de símbolo, pois o grande afluxo de um metal desvalorizava-o e o manipulador é escravizado pelo objeto se, concomitantemente, não há uma regulamentação racional do fluxo mineral e cultivo da terra. Foi gerado um clima de controvérsias, principalmente devido à nomeação equivocada da fauna e flora; acrescente-se, ainda as descrições dos costumes dos nativos serem contraditadas nas Memórias, nas Relações etc., de pessoas que haviam estado lá ou que teorizavam sobre os textos largamente difundidos em solo europeu. O Renascimento avivou o que era por demais conhecido na Antigüidade, ou seja, a teoria climática, que pressupunha uma conexão entre clima e caráter ou humores corporais, entre clima e animais. O clima podia explicar a bravura, a preguiça, a tendência para a meditação de certos povos. Jean Bodin, iniciou, com os teóricos franceses, a moda da idéia do determinismo geográfico. Gerbi adianta que Bodin não estigmatizou nem mitificou o Novo Mundo. simplesmente reconheceu a unificação do