antropologia
Antropologia da Saúde corresponde a uma especialização ou aplicação da antropologia ao estudo do comportamento humano para obtenção e manutenção da saúde através de práticas culturais. Naturalmente, trata-se de uma divisão com fins didáticos, pois não há como isolar um “fato” social do seu contexto ou realidade construída pelas sociedades humanas com sua linguagem e cultura característica. Tal ciência aplicada pode ser melhor compreendida tanto pela análise da produção de trabalhos produzidos por antropólogos e demais cientistas sociais como pela especificidades da área de aplicação e suas interfaces com demais ramos do conhecimento.
A antropologia da saúde pode se distinguir da antropologia médica se considerarmos que essa última se detém no estudo das racionalidades médicas, e no estudo das patologias e sistemas terapêuticos – a medicina, tal com conhecemos em nossa sociedade estabelecendo limites difusos com a antropologia biológica e antropologia física ou pode se deter no conceito ampliado de saúde tal como desenvolvido pela medicina social, epidemiologia e estudo da saúde pública.
Antropologia do Corpo
Nos dois últimos séculos, a Antropologia tem enfocado o tema “corpo” entre suas predileções, procurando entender as construções e as representações que cada sociedade faz de seus corpos. As fronteiras entre o pensamento antropológico, em especial a Antropologia da Saúde e do Corpo, e a Educação Física, são ainda pouco exploradas. As concepções teóricas da Antropologia da Saúde contemporânea à respeito do corpo são posicionadas em contraste com as concepções das ciências ligadas à Biomedicina. A partir da visão de que o corpo é uma construção sócio cultural e tem implicações diretas na relação saúde-cultura, quero demonstrar que o modelo científico da Biomedicina no qual muito do conhecimento da Educação Física se espelha tem caráter universal e cartesianamente fragmentado, não cabendo-lhes a compreensão das especificidades