antropologia
O presente trabalho tenta fazer um resgate de como a Internet tem contribuindo para articulação e potencialização dos movimentos sociais e redes de movimentos sociais, e para fazer esta reflexão. A Internet, até poucos anos atrás, apresentava-se apenas como um simples, novo e eficiente meio de comunicação, ultimamente se transformou em uma necessidade de aderir a uma nova dimensão social, onde os limites das relações sociais convencionais geralmente demarcadas por um espaço físico e que se viam permeadas por uma atmosfera competitiva, muitas vezes hostil e pouco associativa, com o advento da Internet alcançaram um elevado coeficiente de superação, passando a ser uma possibilidade real. A comunicação e os media em geral não são apenas janelas para o mundo. Pelo contrário, constituem fontes de mudança, valores, atitudes, formas de encarar o mundo, ideologias, olhares sobre o “outro”, mundos e futuros possíveis. A televisão foi, ou ainda é, a caixa que mudou o mundo; os jornais lançaram sementes de mudança de antigos para novos regimes; e, mesmo num tempo mais próximo, jornais, rádio e televisão contribuíram, desde Portugal, para mudar Timor-Leste (Cardoso, 2006). A Internet, os seus blogs e as redes sociais deram-nos outros olhares sobre o Irão; nos EUA a escolha de um candidato a vice-presidente foi anunciado via SMS; em Moçambique a revolta popular de Setembro de 2010 foi organizada via SMS e acompanhada em Maputo e no mundo via Facebook.
Esperámos cerca de 50 anos para ver surgir uma nova tecnologia de comunicação que viesse colocar em causa a importância da televisão na nossa sociedade: designamo-la por Internet. A razão pela qual ela colocou em causa a ideia de supremacia mediática da TV tem muito a ver com a sua oferta de informação, entretenimento, comunicação e espaço comercial, mas não só. Tal como a televisão, também a Internet evoluiu e, nessa evolução, acabou por se tornar um instrumento formidável de comunicação e mudança.