Antropologia
Muitos estudos ao abordarem o tema “família” chocam-se em dois modelos: um tradicional e outro moderno, marcado pela ruptura de alguns valores extintos com o passar do tempo. Dessa forma, o tradicional e o moderno convivem com a subjetividade, sem que o segundo tenha substituído o primeiro, como aparentemente pode-se supor. Na verdade trata-se de uma mudança contextual em que os indivíduos sentem-se obrigados a se adequar aos padrões estabelecidos pela época, e, consequentemente, absorvendo influências sociais.
2 DESENVOLVIMENTO
Um exemplo claro das influências da sociedade sobre os indivíduos é a representação do filme “Longe do Paraíso”, indicado quatro vezes ao Oscar. A trama é ambientada na década de 50 e traz todo o universo norte-americano. Inicialmente nos mostra uma típica família burguesa: Cothy Whitaker, um exemplar de esposa, mãe, amiga, submissa e prestativa, e Frank Whitaker, um sucedido empresário, e seus dois filhos formam o mais belo quadro familiar e social que aquela sociedade poderia almejar. O enredo do filme é marcado pela dispersão dos valores moldados pela cultura daquela sociedade. A família Whitaker revela uma aparente perfeição, rigorosamente moldada para atender os olhos de uma sociedade. As leitoras da ‘Gazeta Semanal’ são mulheres igual a você, com família e casa pra cuidar. Você é a esposa orgulhosa de um bem sucedido executivo de vendas, que organiza as festas e posa ao lado do marido nos comerciais. (LONGE DO PARAÍSO)
Ao longo da história esta moldura é desmascarada, em que são reveladas as verdades ocultas daquela família que escondia aspectos considerados marginalizados por aquela sociedade, por exemplo, a questão do homossexualismo. A família burguesa retratada no filme é resultado de um processo histórico que, naturalmente, tem seu início, meio e fim. Segundo Morgan[1], a família é o elemento ativo, nunca permanece estacionária, mas passa a uma forma