Antropologia: leví-strauss e os evolucionistas
Luany Rodrigues Carvalho
Os Evolucionistas
A origem da disciplina de Antropologia foi marcada por grande influência da teoria darwinista. Foi ela que gerou, no século XIX, as bases para o surgimento de sua primeira grande corrente teórica: o Evolucionismo Cultural. O contexto da época era completamente marcado pela idéia de evolução e progresso e o Evolucionismo não era exceção. A principal preocupação era explicar como existia tanta diversidade cultural entre os povos quando a origem era uma só. Entra aí o argumento da Evolução dos povos, que consistia numa trajetória única a ser trilhada por todos, unilinear e ascendente. A diversidade cultural então era só conseqüência da variação de níveis na escala da evolução, sendo divididos em selvagens, bárbaros e civilizados. A ambição da Antropologia nessa época era de, numa tentativa de ser reconhecida como ciência, criar leis gerais. Esse era o método tradicional das ciências naturais. Os antropólogos evolucionistas apoiavam suas pesquisas basicamente através de relatos de missionários e viajantes. A validade das informações era “comprovada” a partir da coleta de vários relatos sobre um mesmo povo e captando seus pontos em comum. Era por isso apelidada de “antropologia de gabinete”, não se utilizando da pesquisa de campo. A análise das culturas era feita sob o método comparativo, em que consistia o desmembramento da cultura em questão, coletando e agrupando os artefatos culturais em tipos e classificando de acordo com a escala evolutiva. Nesse processo, a cultura do observador era usada como modelo mais alto no grau de evolução. Além disso, outra característica marcante dessa corrente teórica era a idéia de que certas tradições, costumes e crenças assumiam caráter de “sobrevivências” de um estado evolutivo anterior. Assim, o objeto de estudo do antropólogo não se resume aos povos selvagens, mas também da sua própria sociedade e seus “vestígios”