Antropologia Cultural – Franz Boas
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As limitações do método comparativo da antropologia – 1986 O primeiro método adotado pelos antropólogos modernos é o de isolar e classificar causas, agrupando as variantes de certos fenômenos etnológicos de acordo com as condições externas sob as quais vivem os povos entre os quais elas são encontradas, ou de acordo com causas internas que influenciam as mentes desses povos; ou, inversamente, agrupando essas variantes de acordo com suas similaridades. Quando se compara fenômenos culturais similares da várias partes do mundo, a fim de descobrir a história uniforme de seu desenvolvimento, a pesquisa antropológica supõe que o mesmo fenômeno etnológico tenha-se desenvolvido em todos os lugares da mesma maneira. Para Boas, até o exame mais superficial mostra que os mesmos fenômenos podem se desenvolver por uma multiplicidade de caminhos. A ocorrência freqüente dessas formas não prova nem uma origem comum, nem que elas tenham sempre se desenvolvido de acordo com as mesmas leis psíquicas. Pelo contrário, o mesmo resultado pode ter sido alcançado por infinitos pontos de partida. Boas defende que esses estudos comparativos que tentam construir um grande sistema da evolução da sociedade tem valor duvidoso, a menos que se prove que os fenômenos tiveram a mesma origem. O método que Boas apresenta como mais seguro o método histórico, que realiza um estudo detalhado de costumes em sua relação com a cultura total da tribo que os pratica, em conexão com uma investigação de sua distribuição geográfica entre tribos vizinhas, propiciando com uma precisão muito maior que a permitida pelas generalizações do método comparativo, um meio de determinar as causas históricas que levaram á formação dos costumes em questão e os processos psicológicos que atuaram em seu desenvolvimento. Sua aplicação se baseia, em primeiro lugar, num território geográfico pequeno e bem definido, e suas comparações não são estendidas além dos limites da área cultural que forma a base de estudo. Os