Antropologia cultural / franz boas; organização e tradução celso castro – rio de janeiro jorge zahar ed., 2004. cap.: as limitações do método comparativo da antropologia, 1896.
Antropologia cultural / Franz Boas; organização e tradução Celso Castro – Rio de Janeiro Jorge Zahar ed. , 2004. Cap. : As limitações do método comparativo da antropologia, 1896.
Allisson Vieira Gonçalves
A antropologia clássica ou evolucionismo cultural era a teoria explicativa dominante da diversidade humana até o final do séc. 19. Boaz irá problematizar essa teoria pelo seu valor explicativo limitado ao universalismo cultural (método dedutivo) através de estágios uniformes. Seu contato com os esquimós como pesquisador físico proporcionou um interesse pela organização da cultura, dialogando com vários autores como Ratzel e seu determinismo geográfico, mostrou que mesmo em pequenas regiões com características ambientais semelhantes, havia diferenciações relativas e significativas nos aspectos da cultura (ideias, costumes, crenças, etc.) gerando a ideia de “culturas”.
Também criticará o difusionismo cultural, que explicava as semelhanças entre as culturas como resultado do contato de umas com as outras, ou mesmo num passado remoto, uma cultura base que teria se irradiado para todo o globo (hiperdifusionismo). Através do particularismo histórico (influencia que teve do particularismo alemão de sua formação), desconstrói a ideia de raça e cultura, em favor de uma analise particular da influencia da cultura e da educação em cada cultura para a formação do individuo (o foco passa a ser o estudo da cultura e não das raças), criticando os aspectos tipológicos e classificatórios do evolucionismo cultural.
Pegando esse fator de formação, Boaz também analisara o aspecto “interno” dos indivíduos. Dialogará com Skinner através da “psicologia individual”, onde o individuo seria construído também particularmente apesar das semelhanças com outras culturas. Para ele os fenômenos devem ser analisados pelas suas “causas históricas”, sendo influenciados por fatores “internos” e “externos” ao seu “grupo cultural”. Percebe-se assim, continuidades