Franz Boas e a Antropologia Cultural
BOAS Franz. 2006. Antropologia Cultural
Jorge Zahar Editor. Rio de Janeiro
1. Identificação do argumento do autor/texto. (Trata-se de que?)
Boas aborda diversos métodos da antropologia, apontando suas falhas e sugerindo outras formas de lidar com as questões que perpassam o estudo da cultura. Primeiramente, faz uma severa crítica ao método comparativo utilizado pelos evolucionistas. As similaridades culturais entre os povos, em geral, não teriam uma origem comum como diziam estes, mas teriam surgido de forma independente ao redor do globo. Boas defende um estudo detalhado e microescalar para descobrir os processos de desenvolvimento de cada cultura e o porquê de suas diferenças, aliando análises biológicas, geográficas, sociais, e principalmente históricas, para assim pensar em uma comparação: “Temos que exigir que as causas a partir das quais o fenômeno se desenvolveu sejam investigadas, e que as comparações se restrinjam àqueles fenômenos que se provem ser efeitos das mesmas causas." (p. 31-32, linha 31) ; “Em suma, antes de se tecerem comparações mais amplas, é preciso comprovar a comparabilidade do material.” (p.32, linha 11). Para Boas, a história é um fator importantíssimo, mas antes de usá-la indiscriminadamente para fazer conexões entre os povos é preferível aplicá-la no estudo de uma cultura específica em seus diversos momentos a fim de explicar seu desenvolvimento: “O método histórico atingiu uma base mais sólida ao abandonar o princípio enganoso de supor conexões onde quer que se encontrem similaridades culturais.” (p. 38, linha 26). Sua análise diacrônica não permite comparar, por exemplo, dois povos de uma mesma época sem levar em conta as particularidades de cada um. Respondendo a uma objeção a seus argumentos, reconhece a influência das condições geográficas sobre o desenvolvimento cultural, mas não acredita que seja seu modelador primário: “Uma rápida revisão de povos e tribos do nosso