Antimanual de Criminologia
O antimanual de criminologia assume a complexidade das relações sociais na atualidade e a aporia dos problemas, das questões sem saída que a vida impõe de forma radical. Projeta a constituição do pensamento criminológico como espaço de fala e de escuta no qual deságuam inúmeros discursos denunciadores da inadequada interferência das agências de punitividade no controle dos desvios, cujo resultado é a reprodução da violência. Mostrando que quando a discussão criminal é pautada, os verdadeiros fascínios pelos atos de crueldade, pelo excesso de violência, abusam de força, e o uso desmedido do poder, nota-se o real interesse que as pessoas têm por tais assuntos. Mais do que indicadores da curiosidade mórbida pelas distintas formas de sofrimento, expõem a fraqueza que o ser humano tem frente aos modelos de conduta traçados como ideais pela Modernidade. O projeto político da Modernidade tem como objetivo a busca da felicidade através da denegação da barbárie e da afirmação da civilização. Havendo construções teóricas de primeira natureza (Freud, Rousseau e Hobbes), e segunda natureza.
E a relação entre as ciências criminais e a razão com seus temas e perspectivas, em que a expectativa das comunidades científicas e política, em relação à ciência jurídico-penal é a de desenvolver instrumentos capazes de erradicar o resto bárbaro ainda existente na cultura, associada com a noção de crime, porém, ao longo do processo de constituição, produziram o efeito oposto, colocando em marcha tecnológica formatada pelo uso abusivo de força, gerando custo de vidas humanas.
Sobre o ensino e aprendizado das ciências criminais do século XXI, os casos penais dão visibilidade às violências, defrontando o homem com o bárbaro que nele habita em silêncio, pronto para, a qualquer momento, irromper. São situações criadas pela violência, pelo abuso da força e pelos excessos de poder que geram fascínio nos jovens estudantes de