Anti-inflamatório não esteroidais
Conhecidos pela humanidade há cerca de 100 anos, os compostos anti-inflamatórios não esteroides (AINES) estão entre os agentes farmacológicos mais utilizados na prática médica. Apresentam um amplo espectro de indicações terapêuticas, como: analgesia, anti-inflamatório, antipirético, profilaxia contra doenças cardiovasculares.
Para o anestesiologista, os AINES são importantes instrumentos no tratamento da dor pós-operatória. Como droga única, possuem excelente eficácia analgésica na dor pós-operatória leve. Em quadro álgico de intensidade moderada a grave, podem ser usados em associação com outros compostos, como opióides, por exemplo, reduzindo doses analgésicas e a incidência de efeitos colaterais destes compostos. O processo inflamatório consiste na resposta orgânica mais precoce diante de lesão tissular ou infecção. Este processo fisiológico envolve uma ação coordenada entre o sistema imunológico e o tecido no qual ocorreu a lesão.
Neste contesto os anti-inflamatório não-esteroidáis (AINEs) são largamente utilizados no tratamento e controle da dor e da inflamação por inibirem a enzima ciclooxigenase, a qual existe em duas isoformas ciclooxigenase 1 (Cox-1) e ciclooxigenase 2 (Cox2). As Cox 1 e Cox 2 têm pequenas diferenças, o que lhes confere funções distintas. A Cox 1 está presente em quase todos os tecidos (vasos sanguíneos, plaquetas, estômago, intestino, rins) e é, por isso, denominada de enzima constitutiva. A Cox 1 está associada à produção de prostaglandinas e resulta em diversos efeitos fisiológicos, como proteção gástrica, agregação plaquetária, homeostase vascular e manutenção do fluxo sanguíneo renal. A Cox-1 foi denominada constitutiva por estar presente em todos os tecidos corporais, sendo responsável pelo desencadeamento das respostas fisiológicas enquanto que a Cox-2 foi denominada induzida pela produção de mediadores pro-inflamatórios (Haas, 2002; Morrison et al, 2000). Em contraste, a Cox 2 está presente nos locais da