Anomalias do Trato Gastrointestinal
A obstrução intestinal neonatal pode ser definida por ausência de eliminação de mecônio, acompanhada de distensão abdominal progressiva e vômitos1(D), ainda que até 30% das obstruções apresentem eliminação meconial nos primeiros dias.
Embora este conceito seja amplo, há que se fazer distinção entre duas grandes formas de obstrução intestinal: causas mecânicas, representadas pelas atresias intestinais, por vícios de rotação, por estenoses e por bridas congênitas, entre outras, e causas funcionais, que são originadas de falha na propulsão do conteúdo intestinal, representadas, em sua grande maioria, pelas alterações de inervação do tubo digestivo, doença de Hirschsprung e displasias neuronais. Constituem exemplos também de causas funcionais o íleo meconial, a síndrome do cólon esquerdo e a síndrome da rolha meconial.
A primeira evacuação ocorre dentro das primeiras 24 horas do nascimento, em 99% dos recém-nascidos de termo e, nas primeiras 48 horas, em todos recém-nascidos de termo saudáveis2(D). A ausência de eliminação de mecônio nas primeiras 24 horas em recém-nascidos a termo levanta a suspeita de obstrução intestinal. No entanto, em recém-nascidos prematuros, somente 37% de 844 recém-nascidos pré-termos tiveram sua primeira evacuação nas primeiras 24 horas; 32% tiveram retardo na eliminação de 48 horas. Em 99% dos recém-nascidos pré-termos, a primeira eliminação ocorreu até o nono dia após o nascimento3 (C). As principais causas de obstrução intestinal no recém-nascido são atresias intestinais4(C), vícios de rotação intestinal, íleo meconial, doença de Hirschsprung, síndrome da rolha meconial e anomalias anorretais5 (D).
DIAGNÓSTICO
Diagnóstico pré-natal: a ultra-sonografia materna é procedimento não-invasivo, utilizado rotineiramente em exames pré-natais a partir da 20a semana de gestação e útil na avaliação do trato gastrintestinal6(D).
A associação entre história materna de polidrâmnio e obstrução intestinal em recém-nascidos é bem