Analise de texto O Sabugueiro

Trabalho de Língua Portuguesa
Análise do Conto “O Sabugueiro” de Zaqueu Machado

Na presente análise, daremos maior atenção aos procedimentos coesivos referentes à coesão sequencial, uma vez que o texto é uma narração, e, como é sabido, o tempo e a ligação entre as informações são muito importantes nessa espécie de texto – isso não significa, porém, que, em outros textos, tal tipo de coesão não esteja presente, e nem que as outras duas espécies de coesão propostas por Fávero (2000) não serão utilizadas por nós em nossa análise. Segundo Fávero (2000, p.33), todo tipo de coesão é sequencial, pois cada qual constitui uma forma de fazer o texto progredir. O que marca a coesão sequencial, propriamente dita, é o fato de ela fazer com que a informação caminhe, sem, entretanto, retomar itens ou estruturas. Passemos ao conto objeto de nossa análise. Logo no primeiro parágrafo do texto, deparamos com uma forma de coesão por meio de uma sequenciação temporal obtida por correlação dos tempos verbais: “Aconteceu há muitos anos...”. Este trecho, além de situar o texto no tempo, deixa-nos claro a presença de um narrador, remetendo-nos a estruturas comuns de narrativas, como, por exemplo, o famoso “Era uma vez”. Essas palavras inicias do texto têm uma grande importância para o entendimento do mesmo, pois, lendo-as, sabemos que o texto é uma narrativa, ou seja, que é um fato supostamente já ocorrido. Esse procedimento coesivo permeará todo o texto: ora através de expressões que marcam a ordenação temporal – “(...) depois que os passarinhos anunciaram (...)” -, ora por ordenação linear – “(...) encheu ... os pequeninos pulmões, cofiou o umedecido bigode, pigarreou (...)”. Tais processos vão, às vezes imperceptivelmente, não só incluindo novas informações, mas, também, fazendo com que o texto ande para o seu desfecho – o ápice da narrativa; interessante é notar que o aspecto de mistério será mantido, através, é claro, de procedimentos coesivos, dos quais falaremos.