do escravismo a servidao

7259 palavras 30 páginas
Do Escravismo à Servidão
O problema das "origens" do feudalismo gerou inúmeras polêmicas sobre o fim do Império Romano no Ocidente (século V) e o surgimento das instituições feudais. Comumente, aceita-se a tese da junção de formas sociais romanas e germânicas que, justapostas, engendrariam as bases da sociedade feudal. Este ponto de vista destaca o fato de que a Idade Média, em suas origens, assiste ao encontro de povos e civilizações em estágios bastante desiguais de desenvolvimento. Teríamos, por um lado, sociedades com estruturas econômicas e sociais bastante complexas no interior do Império Romano e, de outro, os germanos com sua organização tribal e nômade (M. Bloch, 1947). Assim, o fim do império e a "quebra" da economia antiga se explicariam como resultado do "assalto germânico", que teria como conseqüência a destruição de boa parte das forças produtivas e a regressão econômica e social (Piganiol, 1965).

Outros historiadores têm procurado ver na própria crise interna do império, particularmente a partir do século IV, as causas da decadência romana e sua fragilidade em face dos bárbaros (F. Lot, 1950). É ao longo das crises, e das soluções encontradas pelos imperadores e juristas romanos, que se esboçarão as tendências que marcam o feudalismo: ruralização/latifundização e nivelamento social e jurídico dos trabalhadores, de um lado, e, de outro, a decomposição do poder público, com sua efetiva distribuição entre representantes do príncipe. De qualquer forma, a maioria dos autores contemporâneos concordaria com a afirmação de que "o império estava condenado" (G. Bloch, 1921), sendo que a presença das tribos germânicas teve o papel de tornar complexa uma crise em pleno curso. Assim, pode-se buscar no mundo romano os elementos constitutivos fundamentais do feudalismo: os latifundia, o colonato e a adscrição geral dos trabalhadores, enquanto os germanos contribuiriam com a noção de fidelidade pessoal, o patrimonialismo e a inexistência da noção de res pública

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