analise de poemas de fernando pessoa
Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.
A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)
E um poema onde ele expressa a opinião dele sobre as cartas de amor onde ele acha que todas elas são ridículas,e que sempre parece a mesma coisa com todas as amantes que ele teve por isso a citação ‘as minhas memórias dessas cartas de amor’.
Ele vivia na fase em que se escreviam as cartas de amores. Quando uma pessoa ama faz coisas que, quando o amor termina, chega a se arrepender pq agora, guiado pela luz da razão, percebe o quanto foi ridículo em certas atitudes, no casodo eu poetico, das palavras ditas nas cartas. Na verdade, o que fica visível no poema é que o poeta quer mostrar que na vida não se ama uma só vez, caso contrário não criticaria as cartas apaixonadas dos namorados da época em que viveu.
Poema em linha reta
Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo.
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho