Analise cenarios economicos
A elevação real da indústria e do comércio no primeiro trimestre desse ano foi excessiva e movida por fatores extras, o que acabou levando a um crescimento vigoroso do PIB brasileiro nesse período, elevando de 5,8% para 7,3% a projeção para o crescimento real em 2010 sobre 2009, segundo divulgação do Banco Central, o que evidencia a consolidação do atual ciclo de expansão da economia brasileira. A taxa de 9% com relação ao primeiro trimestre de 2009 foi considerada explosiva por analistas que recomendaram uma dura reação da política monetária e elevação drástica das taxas de juros. De fato era necessário uma reação da política econômica em contrapartida a um processo econômico de superaquecimento que se desenvolvia no período, mas duas questões mereciam uma análise mais aprofundada do governo. A primeira, diz respeito ao instrumento de política acionado para modular o ritmo da demanda. Talvez o governo tenha postergado demais o término dos incentivos fiscais concedidos na compra de automóveis e outros produtos e que colaboraram de forma relevante para uma superação mais rápida da crise internacional. O fim dos benefícios fiscais se deu na virada do ano para bens duráveis e em março para automóveis. Também deveria ter reduzido gastos de custeio como viria a fazer mais tarde. Nesse ponto, cabe ressaltar a conhecida inflexibilidade de contenção de despesas públicas no país, dada uma rígida estrutura de gastos devido a inúmeras vinculações. Mas, pelo menos, a política econômica deveria ter adotado medidas para a contenção da evolução do crédito que entre fins do ano passado e início desse ano foi excessivamente forte no financiamento das famílias e conferiu um extraordinário impulso ao consumo. Foi esse o mais destacado fator de "aquecimento" da economia na entrada de 2010. Em parte, faltou uma maior coordenação da política econômica para articular as ações das áreas fiscais e de crédito com a política monetária. O aumento pelo