An Lise
(Universidade Federal de Rondônia)
Análise do romance Balada de amor ao vento de Paulina Chiziane
09 de dezembro de 2014.
Resumo: Este estudo tem como objetivo analisar o romance Balada de Amor ao Vento da escritora moçambicana Paulina Chiziane que enfatiza a distinção de gênero. O romance traz a história de amor entre Mwando e Sarnau, que representa as tensões culturais e religiosas da sociedade moçambicana. Por Mwando e Sarnau serem de religiões diferentes, eles não poderiam se casar, ele era católico e só poderia ter uma esposa que acabou sendo escolhida pela família, e Sarnau foi escolhida para ser a primeira mulher de Nguila, o herdeiro de Mambone. Em Moçambique a poligamia não é crime, o rei podia ter outras mulheres e a sua esposa teria que aceitar e não ter ciúmes, pois seria uma ofensa para o mesmo. Paulina Chiziane descreve o papel feminino em uma sociedade africana patriarcal, mostrando em detalhes a realidade vivida por muitas mulheres moçambicanas.
Palavras-chave: Moçambique, romance, gênero.
Introdução
O objetivo deste estudo é analisar o romance Balada de amor ao vento a primeira publicação de Paulina Chiziane. Ela nasceu em Gaza no dia 4 de julho de 1955, na vila Manjacaze, Moçambique. Na juventude participou ativamente da FRELIMO1. Deu início às suas atividades literárias em 1984, sendo o Balada de amor ao vento, sua primeira obra. A crítica literária a aponta como a primeira mulher moçambicana a escrever um romance, mas a autora se considera uma contadora de histórias e não uma romancista, pelo fato de se inspirar nos contos em volta da fogueira, o que a escritora considera como primeira escola de arte. No primeiro romance de Paulina, percebemos sua discussão e preocupação sobre alguns problemas políticos, culturais e religiosos de Moçambique.
O romance Balada de amor ao vento nos mostra a grandeza de uma das muitas religiões do continente africano. Paulina Chiziane descreve o papel