Amigos
São de quatro amigos (Lucas, Renato, Fernanda, Gustavo) que estão jogando pôquer na casa de Gustavo. A câmera está no meio da mesa, fazendo um travelling no sentido horário e acompanhando cada jogador conforme a partida avança – exatamente da forma indicada nos diálogos. Apesar do jogo ter continuidade (nas cartas e valor das apostas) cada vez que a câmera completa uma volta na mesa passa-se um ano.
Esta passagem do tempo fica evidenciada não apenas nos diálogos, mas nos personagens, já que a cada volta, suas roupas e cabelos mudam, e eles estão mais ligeiramente mais velhos. Para facilitar a visualização, eu pulo uma linha a cada volta completa, indicando quando se passa um ano.
Na primeira volta da câmera, todos eles já estão com as cartas nas mãos, prontos para apostar.
Lucas: Fernanda, você já jogou pôquer antes?
Renato: Pôquer não é jogo de amadores.
Fernanda [rindo]: Eu aprendo enquanto jogo.
Gustavo [telefone]: Só um minuto, amor. [tira o celular do ouvido e fala para Lucas] Lucas, você que começa.
Lucas: Eu aposto dez.
Renato: Dez? Você está blefando, com certeza. Mas eu pago.
Fernanda: Como a gente sabe quando alguém está blefando? Seus dez.
Gustavo [gritando para “a porta”]: Amor? Tem uísque aí na sala ainda? [olhando a mesa] Eu aumento cinco.
Lucas: Seus cinco. Agora, Fernanda, você tem que pagar esses cinco do Gustavo.
Renato: Sem dicas, pessoal. Se ela está jogando, tem que jogar sem ajuda.
Fernanda: Ninguém precisa me ajudar. Olha aí, seus cinco.
Gustavo: Eu troco duas cartas.
Lucas: Duas? Eu troco duas também. Renato?
Renato: Troco três.
Fernanda: Três? Esse aí não tem nada.
Gustavo [falando com a mulher ao lado dele. Não vemos o rosto dela, mas ela está grávida]: Está tudo bem,