Alienação parental
Eles se encontraram por acaso. O amor a primeira vista os levou a um compromisso mais sério: o casamento. Tudo parecia um conto de fadas. O filho veio para selar de vez a união. Mas como num passe de mágica, o amor já não estava mais presente. Veio então a dolorosa e definitiva separação. Por decisão da justiça, a criança vai ficar com a mãe.
Até aí parece uma história que se repete com milhares de casais brasileiros. O divórcio hoje não é mais um tabu. Relacionamentos que pareciam estáveis se desfazem tão rapidamente como começam. Quando o casamento rende frutos, a situação se complica. O trauma de uma separação pode levar a um adulto frustrado e com sérios problemas psicológicos, se o filho for “esquecido” diante do desenrolar dos fatos.
Uma discussão bem recente, mas que na verdade sempre existiu, abre janelas para a seguinte pergunta: e quando o amor entre pai e filho acaba, quem é o culpado? Este foi o questionamento que o cineasta carioca Alan Minas se fez ao ser afastado da filha de 10 anos. A separação conjugal se tornou um doloroso sinônimo das perdas de seus direitos como pai. E foi assim que ele decidiu entrar num projeto audacioso e polêmica, ao levar em abril deste ano às telas do cinema o documentário “A morte inventada” (veja o site oficial). Com vários depoimentos, o filme trata com propriedade o problema da alienação parental.
O termo é da década de 80 e foi citado pela primeira vez pelo psicanalista norte-americano Richard A. Gardner. Em síntese, a alienação parental é um distúrbio mental causado pelo detentor da guarda da criança ao fazer uma campanha negativa contra o outro genitor. Na prática, não se trata apenas do afastamento da criança do pai – falo pai porque 95% das guardas dos filhos no Brasil são concedidas às mães. O problema maior é quando as crianças deixam de amar o pai pura e simplesmente porque a mãe começa a utilizar de meios para difamar a