Alfabetizaçao
Primeiramente, o alfabetizando precisa saber o que são símbolos; já que terá que decodificar os risquinhos pretos que estarão sobre o papel branco. Além de saber o que são símbolos, o alfabetizando precisa interiorizar a idéia de que a relação entre um símbolo e a coisa que ele simboliza é inteiramente arbitrária, i.e., a razão da forma de um símbolo não está nas características da coisa simbolizada.
Em seguida, o aprendiz precisa ser capaz de entender que cada um dos risquinhos pretos vale como símbolo de um som da fala. Assim, ele deve discriminar as formas das letras, o que exigirá do mesmo um extremo refinamento em sua percepção, visto que as letras do nosso alfabeto têm formas bastante semelhantes. É preciso mostrá-lo que, ao contrário dos objetos utilizados no cotidiano, os símbolos que representam os sons da fala (letras) mudam de significado ao mudarem de lado ou posição. São sutis as diferenças que determinam a distinção entre as letras do alfabeto. A criança precisa levar em conta estas percepções finas para aprender a ler.
Depois, o aprendiz precisa saber ouvir diferenças lingüisticamente relevantes entre os sons da fala, de modo que se possa escolher a letra certa para a simbolização de cada um dos sons. Deste modo, ele terá a capacidade de perceber as unidades sucessivas de sons da fala utilizadas para enunciar as palavras e de distingui-las conscientemente umas das outras.
A corrente de sons que emitimos ao falar é a representação de um sentido, de um conteúdo mental. Certas seqüências de unidades de som correspondem a unidades de sentido, ou conceitos. As palavras são acasalamentos de som e sentido que utilizamos como tijolos na expressão de nossos pensamentos, por isso, faz-se necessário o isolamento, na corrente da fala, das unidades que são palavras, pois essas unidades é que deverão ser escritas entre dois espaços