Alain Touraine Movimentos Sociais
Sociologia e Sociedade. Rio de Janeiro: LTC, 1977, p. 335-365.
Touraine entende por movimentos sociais a ação conflitante de atores das classes sociais lutando pelo controle do sistema de ação histórica. Ele fala que temos de entender as diversas “condutas coletivas”, que são: conflito das classes; resistência à autoridade; e pressão sobre o sistema institucional, correspondendo ao sistema de ação histórica, ao sistema institucional e ao sistema organizacional. Em face analisaremos a transformação do conflito social em luta contra o poder estabelecido.
Primeiramente os atores se organizam socialmente e toda a ação coletiva pressupõe a figura de um ator. O ator na base organizacional que touraine acredita está em constante dualidade, ou seja, ele é o ator e ao mesmo tempo sofre influências externas. O ator está na organização e ao mesmo tempo diante dela. O produto desta formula define a identidade do ator de um movimento social. A reivindicação se volta ao detentor de poder e este também segue um conjunto de normas que o limita. O detentor de poder somente relaciona objetivos e meios em nome de normas.
O conflito é a própria organização e ele através das reivindicações se desorganiza para se reorganizar, logo em seguida. A desorganização é a mudança do sistema consagrado e a reorganização são as mudanças pleiteadas pelas ações coletivas.
“Assim, a reivindicação organizacional é prisioneira da organização, apela mesmo aos interesses da organização contra os do poder que a dirige ou das forças exteriores que agem sobre ela.” (Pag.337).
As crises históricas refletem sempre uma luta para a reestruturação de um sistema falido, imoral, apático em face de a volta da moral, da ética, dos princípios e da restauração de seu bom funcionamento.
O campo institucional é a relação entre os atores tentando exercer alguma influência nas decisões que refletirão na coletividade, tentando assim