adeus ao trabalho
O livro está estruturado em quatro partes. Na primeira, sob o título ‘Fordismo, toyotismo e acumulação flexível’, Antunes inicia recuperando a visão de importantes pesquisadores a respeito das experiências recentes do processo de produção e trabalho. Nesse ponto, a questão central é, mais uma vez, discutir se elas superaram a organização fordista e qual sua potencialidade de generalização. Para o autor, o toyotismo é a experiência com maiores chances de se propagar. Exatamente por isso constitui um grande perigo para os trabalhadores, especialmente para os europeus. Sua adoção coloca em questão, entre outras conquistas, o Welfare State, pois esse modelo está "muito mais sintonizado com a lógica neoliberal do que com uma concepção verdadeiramente social-democrata". Lembra também, embora rapidamente, que, para se estabelecerem as atuais relações entre capital e trabalho no Japão, foi necessário que as empresas empreendessem uma repressão feroz contra o movimento dos trabalhadores. Apesar de não explorar muito esta questão, fica claro que a introdução do toyotismo apóia-se numa correlação de forças desfavorável aos trabalhadores. Talvez, por isso, refute veementemente a possibilidade de modelos do tipo japonês, mesmo que revestidos de tintura social-democrata, poderem garantir, simultaneamente, eficiência e eqüidade.
A segunda parte do trabalho de Antunes trata das metamorfoses no mundo do trabalho. Ao contrário de outros autores, defende que as alterações — tais como redução do número de trabalhadores fabris, crescimento do emprego em serviços, qualificação, desqualificação e fragmentação da força de trabalho, entre outros — não