Adeus ao Trabalho
Capítulo I: Fordismo, Toyotismo e Acumulação Flexível
Na década de 80, ocorreram grandes transformações no mundo do trabalho, nas formas de inserção na estrutura produtiva e a classe-que-vive-do-trabalho sofreu a mais aguda crise, com repercussões na sua subjetividade, afetando seu modo de vida. O universo fabril foi invadido pelo salto tecnológico, a automação, a robótica e a microeletrônica. O fordismo e o taylorismo mesclaram-se com outros processos produtivos, em alguns casos sendo até substituídos. Novos processos de trabalho emergem, ocorre a flexibilização da produção, a busca de produtividade, de adequação da produção à lógica do mercado. Ensaiam-se modalidades de desconcentração industrial, buscam-se novos padrões de gestão da força de trabalho. O toyotismo penetra, vivem-se formas transitórias de produção. Direitos do trabalho são desregulados, flexibilizados. Direitos e conquistas dos trabalhadores são substituídos e eliminados do mundo da produção. Para Antunes os elementos constitutivos do fordismo eram dados pela produção em massa, através da linha de montagem e de produtos mais homogêneos; do controle dos tempos e movimentos pelo cronômetro taylorista e da produção em série fordista; do trabalho parcelar e pela fragmentação das funções; pela separação entre elaboração e execução; pelas unidades fabris concentradas e verticalizadas e pela constituição do trabalhador coletivo fabril. Compreende o fordismo como o processo e trabalho que junto com o taylorismo, predominou na indústria capitalista ao longo deste século. A especialização flexível seria uma processualidade que teria possibilitado o advento de uma nova forma produtiva que articula desenvolvimento tecnológico e uma desconcentração produtiva. Supera o padrão fordista, Expressa um modelo produtivo que recusa a produção em massa e recupera uma concepção de trabalho que mais flexível,