Graduado
A administração pública tem a organização burocrática como principal estratégia para alocar recursos e produzir o bem público. No decorrer das últimas décadas do século passado, os dilemas impostos pelos limites fiscais tornaram o estado do bem-estar social inviável e a administração pública passou a ser vista apenas sob o prisma da eficiência, da redução dos gastos públicos e dos cortes orçamentários. Em tais condições, ela foi reduzida à instrumentalidade do mercado, não compartilhando a esfera ou o domínio público (ARENDT, 1958; GOODSELL, 2003; CAMPBELL, 2005) ou, ainda, a sociedade politicamente articulada (VÖEGELIN, 1952). Esse modelo de administração pública, denominado nova gestão pública, transformou o cidadão em cliente ou consumidor a quem cabe fazer escolhas, como se estivesse na esfera privada (BARZELAY, 2001).
Esses modelos de administração pública – com exceção de propostas isoladas – foram concebidos a partir de categorias epistemológicas que consagram a burocracia como referência para a produção dos serviços públicos e o mercado como o melhor alocador do bem público. A crítica que esses modelos vêm sofrendo também está relacionada com essas bases epistemológicas. Assim, a velha administração pública, com a sua impessoalidade e forma de dominação, é vista como ineficiente e de elevado custo (KETLL, 2000), enquanto a nova gestão pública, ancorada no mercado, é criticada por descaracterizar a esfera pública e a democracia (SPICER, 2004; BATTISTELLI, RICOTA, 2005; POTOSKI, PRAKASH, 2004; VENTRISS, 2002). Nos últimos anos, como afirma Mussak (2003), com o advento dos modernos meios de comunicação, com o incremento de tecnologias a interação entre as pessoas passou a ser mais rápida e envolvendo mudanças, exigindo novas demandas e refletindo nas organizações, que passaram a assumir a máxima de “aprender a aprender”.
Esses procedimentos, por certo, levou as organizações a repensar que conviviam em ambientes de