Adam Smith

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Quinta, 25 de junho de 2009
Adam Smith está mais perto de Karl Marx do que dos que atualmente o exaltam
Nas citações seguintes descobrimos que o que Adam Smith escreveu nos anos de 1770 não está tão distante do que Karl Marx e Friedrich Engels escreveram 70 anos depois, no famoso "Manifesto Comunista".
A análise é de Eric Toussaint, presidente do Comitê pelo Cancelamento da Dívida do Terceiro-Mundo (CADTM) da Bélgica, publicada no Informativo ATTAC, nº 505, 22-06-2009. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Segundo Adam Smith: "Em geral, o trabalhador da manufatura acrescenta, ao valor dos materiais sobre os quais trabalha, o de sua própria manutenção e o benefício de seu patrão". Traduzido em termos marxistas, isso significa que o operário reproduz, no transcurso de seu trabalho, o valor de uma parte do capital constante (isto é, os meios de produção – a quantidade de matérias-primas, de energia, a fração do valor do equipamento técnico utilizado etc. – que entram na produção de uma determinada mercadoria), ao qual se agrega o capital variável correspondente ao seu salário e ao benefício do seu patrão, que Marx denominou como mais-valia. Karl Marx e Adam Smith, em épocas diferentes, consideraram que o patrão não produz valor, quando, pelo contrário, é o operário que o produz.
Segundo Adam Smith, o operário cria valor... sem nenhum custo para o capitalista: "Ainda que o patrão adiante os salários aos trabalhadores, na realidade, estes não lhe custam nada, já que o valor de tais salários é reposto junto com o benefício no maior valor do objeto trabalhado".
Na passagem seguinte, Adam Smith analisou os conflitos de interesse e a luta de classes entre capitalistas e operários:
"Os salários correntes do trabalho dependem do contrato estabelecido entre duas partes, cujos interesses não são, de modo algum, idênticos. Os trabalhadores desejam obter o máximo possível; os patrões,