Nem sempre captamos os sentidos imediatos da leitura, faz-se necessário observar os possíveis sentidos do ato de ler, que variam de indivíduo para indivíduo de acordo com suas vivências, experiências. As formas de ler e avaliar os textos variam, se se considerarem diferentes classes sociais, regiões, etnias etc. Diferentes leitores, espectadores, ouvintes, produzem apropriações inventivas – e diferenciadas – dos textos que recebem. O ato de ler não é uma prática social totalmente autônoma; muito menos, neutra…varia de acordo com concepções que construímos a partir de nossas condições objetivas de vida, é importante observar a distinção entre vivência e experiência: na vivência, há mera reação aos choques da vida cotidiana, a ação se esgota no momento de sua realização; na experiência, o que é vivido é pensado, narrado, a ação é contada a um outro, compartilhada, se tornando infinita. Esse caráter histórico, de ir além do tempo vivido e de ser coletivo, constitui a experiência o que faz da leitura uma experiência é entrar nessa corrente onde a leitura é partilhada. Leitura deve ser acompanhada de prazer.No Brasil, ocorrem problemas no que se refere à constituição de sujeitos leitores. O hábito e o prazer de ler estariam, desta forma, sofrendo sérias restrições.“O problema da leitura no contexto brasileiro deve ser colocado, figurativamente falando, em termos de uma lei-dura, isto é, em termos de um conjunto de restrições agudas que impede a fruição da leitura, do livro por milhões de leitores em potencial (SILVA 1995, p. 23)”.Acabamos por não estabelecer as diferenças entre os textos literários e os não-literários e utilizamos textos como “pretextos” para ensinar “conteúdos programáticos” em sala de aula… Por outro lado, acreditamos que a reflexão sobre as condições necessárias para que se tenha acesso à leitura nos leva a constatar que as pessoas, para se formarem leitoras, precisariam ter, no mínimo, acesso irrestrito aos livros, fosse em bibliotecas, escolas ou