Acidente de fukushima

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Em 11 de março de 2011, um enorme tsunami inundou a usina nuclear de Fukushima Daiichi no Japão, causando o pior desastre nuclear desde Chernobyl. Mais de 300 mil pessoas foram evacuadas, e um vasto trecho de terras permanecerá inutilizável por décadas. A limpeza poderá custar centenas de bilhões de dólares. Sem causar surpresa, os críticos da energia nuclear aproveitaram o acidente para argumentar que, devido ao fato de a natureza ser imprevisível, a energia nuclear é simplesmente arriscada demais.

A reportagem é de James M. Acton e Mark Hibbs, publicada pelo jornal International Herald Tribune e reproduzida pelo Portal Uol, 10-03-2012.

Um ano depois, entretanto, está ficando cada vez mais claro que a combinação de terremoto e tsunami que provocou o acidente de Fukushima não foi “ato de Deus” ou má sorte do Japão. Os riscos potenciais de tsunamis para as usinas nucleares são bem compreendidos, e uma série de padrões internacionais foi desenvolvida para minimizar esses riscos.

Mas, apesar do histórico de tsunamis do Japão, a Agência de Segurança Nuclear e Industrial, o órgão regulador nuclear japonês, não aplicou esses padrões. Ela fracassou em rever os estudos de riscos de tsunami realizados pela proprietária da usina, a Tokyo Electric Power, conhecida como Tepco. Ela também fracassou em assegurar o desenvolvimento de modelos de simulação de tsunami de acordo com os padrões internacionais.

A Tepco também foi negligente. Ela sabia da evidência geológica de que a região em torno da usina era periodicamente inundada, uma vez a cada mil anos. Em 2008, ela realizou simulações por computador sugerindo que uma repetição do terremoto devastador do ano 869 provocaria um tsunami que inundaria a usina. Mas ela não adotou adequadamente nenhuma medida baseada nesses estudos.

O maior risco que os tsunamis oferecem para as usinas nucleares é a destruição de seu fornecimento de energia. Sem eletricidade, um reator não pode ser resfriado e uma fusão pode ocorrer.

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