Aborto

Em um país onde a liberdade de expressão está cada vez mais escassa, falar de aborto não se torna uma tarefa tão simples, tanto pela carga de aspectos com que condiz o próprio nome, quanto pela forma com que vai repercutir uma opinião. A verdade é que pode ser fácil se contrapor ao aborto quando nós não temos dentro de nossas casas, em nossos círculos de relacionamentos afetivos, casos esses onde o aborto poderia solucionar um “problema”. Do mesmo modo que ao sermos a favor, estamos de certa forma privando um ser de vir ao mundo, de viver o tempo determinado para viver, e de usufruir das maravilhas do mundo em que nós até aqui podemos desfrutar. É preciso rever todos os processos existentes, pois cada caso é um caso, e sabemos com isso que os aspectos religiosos, políticos e sociais, influenciam diretamente nesse âmbito.

É sabido que o aborto é um tema polêmico, diariamente encontramos pessoas que são a favor de sua prática e as que se contrapõe a existência dele. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) o aborto é considerado um problema de saúde pública, tendo em vista o grande número de mulheres que morrem todos os anos em consequência dessa prática. Em uma pesquisa feita pela Universidade Federal do Rio de Janeiro em parceira com a Universidade de Brasília revelou que 1,54 milhão de mulheres induziram o aborto no ano de 2005. Cerca de 220.000 mulheres realizam, anualmente, curetagens no Sistema Único de Saúde (SUS) em decorrências de abortos, esse é um número de ocorrências bastante significativo para que os responsáveis por esse “problema” no nosso país possam tomar já as devidas providências.

Para o Dr. Drauzio Varella faz-se necessário que se estabeleçam linhas de pensamentos coletivas a respeito do aborto para melhor entendermos onde se insere essa realidade. Em um de seus artigos sobre o tema ele diz que existem pelo menos duas linhas de pensamentos, onde num primeiro grupo encontram-se os indivíduos que são contra essa prática em