Aborto ao aborto
E novamente o aborto. Li algo sobre a legalização do aborto em situações de gravidez até o 3º mês. O Conselho Federal de Medicina aprovou, ou melhor, foi favorável ao ato nessas condições. Já em alguns outros casos se amparavam o aborto: Casos de anencefalia, estupro e risco de vida; com a “evolução” dos tempos, penso, há de chegar um dia em que seja totalmente legal a interrupção da gravidez (entenda-se VIDA) à qualquer tempo. Sim, porque é uma vida, não há de se negar; uma vida em desenvolvimento, que iniciou-se a partir da fertilização, e que tem no ventre em que foi gerada, o abrigo, proteção e recursos necessários à sua completa formação, até que esteja, enfim, apta a continuar lá fora, o processo de vida iniciado nesse espaço.
Não fosse esse por si só forte e suficiente argumento à repelir qualquer outro contrário, há ainda de se considerar muitos outros.
Por exemplo, não acredito que a lei favorável ao aborto vá de encontro ao perfil da mulher moderna, emancipada, que conquistou o direito ao seu próprio corpo, pelo contrário, a mulher de hoje já sabe se cuidar, é mais instruída e bem informada, entende que é possível ter uma vida sexual saudável, dissociada de uma gravidez indesejável ou mesmo, se “acontecer”, poderá optar por uma criação independente, isenta de amparo de qualquer natureza. Esse é, a meu ver, o perfil da mulher inteligente, independente e segura, mas é claro, ainda há, infelizmente muitas e muitas mulheres que não se enquadram nesse perfil: ou por imaturidade (no sentido completo da palavra), ou por falta de conhecimento, talvez por sua desfavorecida condição social. Até mesmo para essas, com certeza não seria viável o aborto. Levar adiante uma gravidez “acidental” por conta de um descuido ou mesmo por um estupro, pode ser ainda menos “catastrófico” em termos psicológicos e emocionais, do que conviver com a eterno sentimento de dor e tormento de haver interrompido , uma vida, pois esse seria um ato irreparável, SEM