Aborto
SANDI, Stella de F; BRAZ, Marlene. As mulheres brasileiras e o aborto: uma abordagem bioética na saúde pública. Revista de Bioética, 2010; 18 (1): 131-153.
Stella de Faro Sandi é médica ginecologista e obstetra pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mestre em Sexualidade Humana pela Universidade Gama Filho (UFG), especialista em Bioética pelo Instituto Fernandes Figueira da Fundação Oswaldo Cruz (IFF/Fiocruz), médica da área técnica da Saúde da Mulher, da Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro (Sesdec/RJ).
Marlene Braz é médica psicanalista, doutora em Ciências pelo Instituto Fernandes Figueira da Fundação Oswaldo Cruz (IFF/Fiocruz) e pesquisadora em Bioética no IFF/Fiocruz.
O artigo: As mulheres brasileiras e o aborto: uma abordagem bioética na saúde pública, de Stella Sandi e Marlene Braz faz uma crítica sobre a criminalização do aborto no Brasil.
A questão do aborto possui dupla abordagem, por um lado questões como malformações fetais e doenças genéticas incompatíveis com a vida. Por outro, debates envolvendo a possibilidade de ampliação da lei ou da descriminalização dessa prática. A América Latina é a região que registra a segunda maior taxa de aborto, com quase todos os casos ocorrendo na clandestinidade. O aborto é um tema que envolve aspectos de natureza ética, educacional, política, religiosa, assim como questões socioeconômicas, psicológicas e, sobretudo, de saúde pública. As consequências da realização do aborto para a saúde da mulher podem ser caracterizadas como físicas e psíquicas decorrentes da decisão sobre a interrupção da gravidez, das circunstâncias familiares e econômicas, apontando para a necessidade de acompanhamento profissional e cuidados especiais. Em paralelo, a legalização do aborto promove redução no percentual de complicações no procedimento, permitindo que seja realizado sob padrões técnicos específicos.
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