Abordagem sobre o texto: corpo e tempo
PSICOLOGIA INTEGRAL
DISSERTAÇÃO SOBRE O TEXTO:
CORPO E TEMPO
(José Carlos Michelazzo)
Aluna: Lígia Maisa Cruz Peluchi/ 3º Período
Prof.: João Bosco
São João del-Rei 2012
CORPO E TEMPO
Antigamente, ao se pensar sobre o corpo os filósofos não se aprofundavam nessa questão, limitando-o apenas aos conceitos primários de uma perspectiva mais originária e substancial. Heidegger considerava a questão do corpo bastante problemática, chegando a fazer a seguinte declaração a respeito: “não se pode haver aí nenhuma expectativa de solução do problema do corpo. Já será muito se conseguirmos apenas ver este problema.”. (p.8)
O corpo humano ao longo da história do pensamento ocidental sofre grande declínio na forma em que é visto durante diferentes períodos, formas em que se apreendia o corpo apenas como simples substância. Passando de cópia a criatura, de objeto a mercadoria. O sentido de corpo em sua essência, visto como um todo, como parte do ser foi esquecido e no lugar ficou apenas o corpo em sua presenteidade, como simples corpo.
Heidegger considera que desde os clássicos da filosofia com Sócrates, Platão e Aristóteles o pensamento ocidental busca apreender sempre aquilo que faz do real o que ele próprio “é”. Para Platão o ser do real é “aspecto”. Este se mostra por dois âmbitos. Primeiro o âmbito “sensível” (aístheton), “diz dessa dimensão presente, concreta, irrecusável do real: esta mesa, aquela casa, esta arvore, etc.” (p.10). O segundo âmbito é conhecido por “supra-sensível” (noetón), refere-se a dimensão do real que apreendemos em nosso pensamento, ou seja, não mais a mesa, mas a ideia de mesa. Já para Aristóteles, o que Platão chamava de “aspecto”, ele chamava de “substância”, que também se apresentava de duas maneiras: como substancia primeira (esta pedra, este cavalo), e como substancia segunda (não mais está pedra, mas a matéria, não mais o cavalo, mas o animal). Em ambos o ser é visto como aquilo