Abordagens Metodicas
O autor aborda o equivoco da representação em socorro do texto como uma prática errada no estudo do texto teatral, onde o texto se apresenta como uma fonte única e incompleta em relação à representação, aonde essa vai se colocar como uma peça faltante para a compreensão do texto teatral. Entendo assim o texto teatral como obra incompleta que aguarda na interpretação sua completude.
O texto teatral é uma obra que se coloca enquanto literatura. A representação, quando assume o papel de completar o texto, ou pior, explicar o texto, perde toda sua potencia. Assim as múltiplas linguagens e abordagens que envolvem toda uma construção cênica são vetadas em função do texto e nada de novo surge ao espetáculo, tornando-o vazio. O modernismo tem como exigência tornar o texto explicável pela representação, trazendo assim uma concretude visual considerada antiquada para o autor.
“A passagem do texto ao palco corresponde a um salto radical” coloca o autor. O trabalho da dramaturgia está ligado ao encenador, no entanto hoje muitos diretores desconfiam dessa aliança, pois para esses diretores pensar o palco é pensar o espaço e o corpo. Pensando nisso, muitos diretores vão ao encontro do “trabalho a mesa” ( que são as reflexões sobre o texto e sua intenções cênicas). Alguns diretores, como Antone Vitez, vão direto para a realização, libertando-se assim das fronteiras que inibem a representação, abrindo espaço para a experimentação. Nessa lógica, o texto é matriz criadora, com milhares de possibilidades.
O texto não é ignorado, mas é explorado junto com o trabalho criativo do ator, que se liberta da reprodução para a criação. Dessa forma, o ensaio toma caráter colaborativo, criando assim um dialogo coletivo, onde a criação é tão bem vinda quanto o abandono de idéias. Desconfiar do texto agora é fundamental. É preciso desprender-se das verdades literárias para entrar na zona de desconforto. Essa mudança no trabalho de ensaio se desprende de equívocos