Abordagem de Peirce sobre o Indivíduo. Uma Perspectiva Semiótica na Subjetividade Humana]
A leitura de Colapietro, de acordo com o próprio título do livro, nos informa pormenorizadamente sobre as idéias de Peirce em relação ao desenvolvimento de cada indivíduo em sociedade; por assim dizer, um processo de construção social do eu de cada indivíduo; de como isto ocorre para Peirce, e a importância de se considerar a subjetividade humana, nas relações semióticas deste processo.
Convém citar o fato de que Colapietro ressalta em seu livro, o problema de se estudar os escritos de Peirce, por ter sido este por vezes mal compreendido, ou, entendido de forma fragmentada, e, além disto, a necessidade de se estudar suas ideias, nos dias de hoje, como uma fonte para compreensão de nossa época e para se realizar futuros trabalhos sobre este assunto.
Para este estudo, Colapietro parte de análises a respeito das teorias de Peirce, em confronto com outros autores, quanto a validade do caráter geral destas.
Assim, o autor explica fundamentos das teorias de Peirce no que se refere às relações triádicas do signo no processo de semiose – o qual envolve a cooperação entre três sujeitos, o signo, o objeto e o interpretante. Desta forma, Colapietro distingüe, segundo Peirce, duas espécies de relações; uma, diádica, que se refere a uma reação, ou ação de força bruta, ou seja, um em reação contrária a outro, e, outra, triádica, contando com a mediação de um signo.
Com isto, chega-se a uma posição de Peirce na qual este se refere ao signo, enquanto um mediador nas relações de representação e compreensão da realidade, não como expressão da mente, mas como sendo desenvolvido na realidade da mente; nesse sentido a mente é uma espécie de semiose – processo de desenvolvimento de um signo, que pode tornar-se