64 anos do Golpe Militar
Dia 31 de Março deste ano completou-se 50 anos de um dos mais importantes golpes de Estado do país. O golpe de 1964 além de depor João Goulart, deu inicio a uma ditadura militar de duas décadas no Brasil.
Após finalmente assumir a presidência da republica com amplos poderes, em 1961, João Goulart deparou-se com fortes criticas a seu governo devido a aparentes problemas estruturais na política brasileira, onde a inflação acumulada em um ano chegou a 80% e as riquezas estavam diminuindo. Havia também a falta de elementos de primeira necessidade, distribuição de energia e água precárias, e transportes coletivos com difícil acesso. “Por conta das greves, muitas vezes serviços necessários não eram disponíveis. Então, a vida das pessoas, o dia a dia, era bastante complicado”, afirmou o economista da PUC-Rio Mario Mesquita, autor de um estudo sobre a economia do país antes do golpe.
Além disso, historiadores encontraram em arquivos dos Estados Unidos, provas dos esforços do embaixador americano no Brasil, Lincoln Gordon, para derrubar João Goulart. O temor era que, no contexto da Guerra Fria e da polarização dos Estados Unidos com a União Soviética, as idéias de Jango fossem em direção a implementação do socialismo. Esse temor aumentou depois do discurso em comício feito por Goulart dia 13 de março, no Rio, onde o presidente prometeu realizar as chamadas reformas de base, uma série de mudanças administrativas, agrárias, financeiras e tributárias que feriam os interesses da classe média e da elite, já que haveria distribuição de terras e bens. Discursando para cerca de 150 mil pessoas, Goulart antecipou a reforma urbana e a implementação de um imposto sobre grandes fortunas.
Com isso, vários grupos sociais, incluindo o clero, o empresariado e os setores políticos conservadores se organizaram em marchas, levando às ruas mais de um milhão de pessoas com o intuito de derrubar o governo Goulart. A primeira Marcha da Família