Ditadura militar
A radicalização do poder político militar no pós-64 desencadeou um processo de cassação dos direitos políticos, operários, intelectuais, militares e estudantis. Esse espírito contestador é destacado por Reis, para quem o contexto histórico internacional dos anos 60 foi permeado por várias revoluções de libertação nacional. Logo, o êxito das revoluções fomentou tal espírito dos anos 60.
Nesse processo, a esquerda enveredou pela luta armada enquanto o regime adotou o AI-5 radicalizando o controle à liberdade e aos direitos civis e políticos dos cidadãos. A cassação aos direitos políticos atingiram desde senadores, deputados, vereadores, dirigentes sindicais, funcionários públicos e muitos professores universitários, pesquisadores, até mesmo alguns militares, que se opuseram ao golpe desde o mais alto escalão, foram afastados.
O Golpe de 64 foi um movimento de militares e políticos civis reacionários, que instaurou no Brasil uma ditadura que durou 21 anos, submetendo o país a uma política de concentração de renda. O objetivo principal do golpe foi bloquear a auto-organização política dos trabalhadores.
Em março de 1964, em Minas Gerais, uma das regiões militares do Exército Nacional, sob o comando dos generais Carlos Luís Guedes e Olímpio Mourão Filho, desce para o Rio de Janeiro e inicia o processo de derrubada do governo João Goulart. O Governo cai; os movimentos sindical e estudantil não conseguem reagir; o esquema militar que o governo Goulart dizia ter, não funciona; praticamente, há pouca resistência. João Goulart foge para o Uruguai e os militares tomam o poder. Os militares já haviam tentado dar o Golpe em 51, na posse de Getúlio Vargas, usando a tese da maioria absoluta; de que ele precisava de maioria absoluta para se eleger, coisa que não era constitucional como é hoje, que a eleição é em dois turnos, porque o eleito tem que ter a maioria absoluta dos votos.
A história dos militantes da esquerda sobre o golpe de 64