Golpe de 64
Por - Alessandra Moura Bizoni - alessandra.bizoni@folhadirigida.com.br
Idealizador do curso “1964: 50 anos depois”, oferecido pelo programa de Pós-graduação em História Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGHIS/UFRJ), Carlos Fico, professor titular de História do Brasil da UFRJ e pesquisador do CNPq, defende que datas emblemáticas, como os 50 anos do Golpe de 64, são excelentes momentos para a sociedade, a partir de uma análise crítica de seu passado, lançar um novo olhar sobre os desafios do presente.
Estudioso de temas como Ditadura Militar no Brasil e na Argentina e rebeliões populares no Brasil republicano, Carlos Fico lança nesta terça, dia 18, o livro “O Golpe de 64: momentos decisivos” (Coleção de Bolso/FGV), às 19h30, na Livraria Travessa, do Leblon.
Destinada ao grande público, a publicação esclarece importantes episódios da história recente do país, levando, segundo o autor, o público a refletir sobre aspectos relevantes de nossa formação histórica, como a presença do autoritarismo por parte do poder central em diversos momentos do Brasil republicano.
“A principal questão do Regime Militar, e que especialmente o Golpe de 64 traz para nós, hoje em dia, é uma reflexão, uma dúvida, uma pergunta. O Brasil tem uma longa tradição de autoritarismo. A Ditadura Militar instalada em 1964 não foi o primeiro regime totalitário. Nós tivemos o Estado Novo (1937-1945), que também foi uma ditadura. A pergunta que se coloca para a sociedade é: até que ponto, hoje, estamos imunes diante da tentação de optar por soluções autoritárias para os nossos problemas?”, questiona o pesquisador.
Coordenador da Área de História da Capes, Carlos Fico aponta os impactos da Ditadura Militar no ensino de História, mostrando quais marcas dos anos de chumbo ainda persistem em nossa cultura.
Na entrevista, o estudioso explica que, na Primeira República, houve manifestações muito similares as