Um grupo de quatro marinheiros sofreu um naufrágio no verão de 1884, no Atlântico Sul. Sem água, alimento, ou qualquer sinal de ajuda, perceberam-se à sombra da própria sorte. O grupo, por necessidade e instinto de sobrevivência, decidiu por assassinar um quarto integrante – menos experiente e acometido de uma doença durante o percurso da viagem - para que servisse de alimento aos demais. Assim poderiam permanecer vivos por mais alguns dias, na esperança de uma possível ajuda. Diante de tal situação, nos deparamos com um difícil dilema. Sob qual orientação o grupo descrito deveria ter agido: segundo a filosofia da universalização ou a filosofia do utilitarismo? Para que chegássemos a uma conclusão, devemos antes nos ater ao que cada filosofia presa, seus conceitos e como ela pode nos auxiliar em nossas escolhas e ações. Quando falamos em filosofia da universalização, nos remetemos ao uso da razão. Nessa corrente filosófica, todas as respostas que precisamos para fundamentar a ética, decorrem do pensamento racional. Consoante Kant, fundador dessa ideologia, para que possamos tornar a ética universal, não devemos nos deixar influenciar por nossas emoções, desejos ou sentimentos, pois eles são muito subjetivos e interfeririam em nossas escolhas. Diante desse impasse, Kant vê no Imperativo Categórico uma solução. Segundo o Imperativo, devemos agir de tal forma que, a atitude por nós pretendida fosse passível de universalização. Para que possamos validar alguma ação como moral, devemos antes validá-la como universal. Se ao analisarmos a conduta em questão e constatarmos que essa seria aceita unanimemente e que todos poderiam praticá-la sem qualquer prejuízo, então podemos admitir tal comportamento como sendo ético - universal e, portanto, embasado na razão. Para o universalismo, devemos ressaltar que, a sua preocupação primordial embasa-se na intenção do agir do individuo. Em outras palavras, a intenção das ações deve se restringir aos “meios” e não