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Ângela Kretschmann1
Resumo:
O propósito de chamar de Jardim o momento em que os professores do Curso de Direito se encontram para conversar e debater uma obra literária representa o desejo de encontro e diálogo de experiências, vivência transdisciplinar, e partilha, convívio e aprendizagem. Além disso, o Jardim merece ser, na proposta dos filósofos gregos do epicurismo, um lugar muito privilegiado, e raro, de liberdade, ou, na proposta dos estóicos, que ensinavam nos “pórticos” de Atenas, uma busca de serenidade. Entende-se que retomar a questão da necessária construção de um espaço verdadeiramente livre não é senão reconhecer que o mundo atual não é tão distinto das agruras do passado, dos temores e das prisões da época antiga, já que hoje elas apenas se apresentam com novas aparências e feições. A violência das cidades, a corrupção política, a ausência de condições de vida verdadeiramente humanas, que o Estado pretende privilegiar aos seus cidadãos, só isso já demonstra o quanto estamos antes presos a uma falsa liberdade. E o jardim peripatético antigo mostra-se então atual, mais do que interessante, uma proposta de viver a liberdade, ainda que restrita a seus limites.
O Curso de Direito, que inicia suas atividades no ano de 2011, vem propor, através de um diálogo singular que começa com os professores, aproximar o direito e a literatura na vida de cada um de nós e de nossos alunos. Como os alunos iniciam o curso basicamente com as disciplinas propedêuticas, o primeiro livro escolhido para discussão foi o célebre texto de Lon Fuller, “O Caso dos Exploradores de Cavernas”, que foi originalmente escrito e publicado pelaFaculdade de Direito de Harvard e, a seguir, traduzido por Plauto Faraco de Azevedo.
Palavras-chaves: Exploradores de cavernas, diálogo, direito e literatura
Introdução
O Jardim é hoje qualquer lugar onde é possível dialogar livremente. O Jardim é